Liberte-se e seja tosca!
um caso real de falta de jeito e uma provável diminuição de parte do meu cérebro
Provavelmente é tudo culpa da Brené Brown se agora eu sou essa pessoa que aceita a própria vulnerabilidade e se mostra do jeito que é, e pronto.
Mentira. Eu nem mostro a minha cara aqui, que vulnerabilidade é essa? É muito fácil fazer merda quando ninguém sabe quem você é, taí o twitter pra provar que eu não minto. Mas acho que é justamente por eu ser uma anônima da internet que tenho coragem de fazer as coisas tão mal feitas, ou conseguir mostrar o que eu não faço bem, basicamente tudo.
Não é que eu faça questão de fazer um trabalho medíocre, eu gostaria de fazer certo, bonito, aceitável, até deslumbrante. Mas eu não consigo, sou naturalmente tosca. E não é um tosca legal, um tosca cool, um tosca vintage, sei lá. É um tosca horrível mesmo.
Eu tento escrever, sai tudo errado. Eu tento fazer colagem, patético. Eu tento fazer um canva pro Instagram, vergonhoso. Tento fazer uma capa de crochê pro meu kindle, tudo torto. Não é de propósito, eu juro. É falta de habilidade, bom gosto, talento.
Eu tô aqui pensando e não tem absolutamente nada que eu faça bem. Provavelmente tem, mas eu não consigo me lembrar agora. E não é a minha baixa autoestima, não. É um caso real de falta de jeito.
Mas depois de alguns anos, de algumas páginas de “A coragem de ser imperfeito”, de tirar a minha foto do avatar, de uma provável diminuição da parte do meu cérebro responsável pela vergonha por conta da idade, eu passei a expor meus trabalhos feios.
Porque é isso que eles são, feios. Olha essa colagem do início do texto, pelo amor da Deusa! Parece que foi feita por uma criança. Um dia, uma moça aqui do substack falou pra eu parar de chamar minha arte de “colagem ruim” e eu parei, porque sou muito obediente. Eu tenho consciência da feiura que elas carregam consigo. E nem pra ser uma feiura legal tipo Pablo Picasso… (cubismo é uma coisa horrorosa, desculpa)
Também não é o caso de falta de capricho, talvez com a capinha do kindle tenha sido, porque eu não tenho muita paciência pra crochê mesmo. Mas o canva é uma coisa que eu amo fazer, fico horas trabalhando naquilo, e enquanto estou fazendo vou achando lindo. O problema é quando eu termino. Sabe aquela segunda olhada? Com a cabeça mais fria? Vixi…
Com o tempo, estou me acostumando ao “vai assim mesmo” e tudo que posso fazer é pedir desculpas pra quem dá de cara com as coisas que eu faço. Acho que é mesmo uma característica minha fazer as coisas mal feitas. Portanto, sinto muito se você está enfrentando esse texto até aqui, mas com certeza na hora de publicar eu lancei um “vai assim mesmo”.
Minha esperança é que eu melhore com o tempo, no estilo “a prática leva à perfeição” ou, que a minha tosquice seja encarada como o cubismo e eu me torne uma grande artista incompreendida. De resto, fico com o famoso “é o que tem pra hoje”.
Ah! Me lembrei de duas coisas que eu faço bem, uma delas é brigadeiro de panela, e a outra eu não posso falar nesse horário.
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E por falar em tosquice de qualidade, indico o filme de José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão, um ícone do cinema de terror brasileiro. Seus filmes, muitas vezes considerados mal feitos em termos de produção e efeitos especiais, ganharam status cult por sua originalidade e atmosfera única.
LIVROS
Vou ter que indicar a responsável por esse post aqui, né?! Dona Brené Brown e sua ode à vulnerabilidade. Mais informações sobre essa obra no meu diário de leitura.
Me identifiquei demaaaaaaais com o texto. Acho até que mais do que seria saudável kkkrying só que eu aceito minha tosqueira, são anos de convívio com ela, talvez o punk dos anos 90 me deu a sacudida que fez eu entender que ser tosco tá tudo bem. Quem gostou bate palma, quem não gostou paciência, como disse aquela pensadora contemporânea! ;))) aaaaah eu também me identifiquei com o isolamento facial ahahaha
Suas colagens me fazem sentir uma pessoa sem qualquer desenvoltura artística (quando fui lendo, tive certeza disso com a foto do crochê. Muito bonitinho!).
Me identifiquei demais com o texto, com o sentimento de não fazer uma coisa bem feita. Escrevo meus textos no free style e fecho os olhos na hora de apertar o botão "publicar". Quando recebo notificação de comentário, vou sempre esperando algo ruim, um leitor insatisfeito ou que finalmente reconheceu toda a minha mediocridade com a escrita.
É complicada demais essa vida da mulher com baixa autoestima, viu, amiga?
Mas sigamos. Metendo o louco, fechando os olhos e publicando.
Um beijo.